[Cultural] Culinária Brasileira – Pastel

* Foto retirada deste site.

Cultural

Olá Sonhadores! 😸 Como estão?

Na postagem de hoje, tratarei sobre um prato bastante popular em nosso país, o pastel. Que, aliás, faz parte da culinária brasileira.

Sua origem é incerta, tendo uma vertente que especula que esta delícia tem origem europeia, já que em Portugal, há registros de que a massa do pastel já era consumida há séculos. Porém, a teoria mais aceita, é a de que a origem seja asiática.

Acredita-se que o pastel foi criado com base em dois pratos de origem chinesa: o “Jiǎozi” (饺子) e o “Chūn Juǎn” (春卷), que são mais conhecidos por aqui, em suas versões nipônicas, o “Guiosa” (Gyoza/餃子) e o “Rolinho de Primavera” (Harumaki/春巻き), respectivamente. Futuramente, pretendo escrever postagens sobre estas duas culinárias também. Se prestarmos atenção, há similaridades do pastel com o guioza (formato em meia lua, recheado) e com o rolinho de primavera (massa crocante e, também, recheado).

Guioza.
Guioza. Foto retirada deste site.

Pastel em formato meia-lua.
Pastel em formato meia-lua. Foto retirada deste site.

Rolinho de Primavera.
Rolinho de Primavera. Foto retirada deste site.

Pastel retangular.
Pastel retangular. Foto retirada deste site.

Voltando ao pastel, foi criado no Brasil por imigrantes japoneses na década de 40, que adaptaram as receitas conforme os ingredientes locais e o paladar brasilense. Inicialmente, eram feitos com massa de farinha de trigo e recheados com carne de porco, queijo, camarão e outros ingredientes.

Conta-se que, durante a Segunda Guerra Mundial, para evitar a discriminação e perseguição, causada pelo fato do Japão ter se aliado aos inimigos (Eixo), os imigrantes japoneses passaram a fazer pratos chineses, para disfarçar sua origem. Assim, ao adaptá-los, nasceu o pastel como conhecemos hoje.

O prato começou a se popularizar ainda na década de 40, em Santos, espalhando rapidamente por todo o Estado. Na década de 50, chegou no Rio de Janeiro e Minas Gerais. E, somente na década de 60 é que chegou no Sul, mais especificamente em Maringá, Paraná.

Com o tempo, os recheios passaram a variar cada vez mais, por exemplo: carne moída, carne seca, queijo, ovo. palmito, presunto, calabresa, bauru, bacalhau pizza, estrogonofe, chocolate, banana, Romeo e Julieta, etc. Tornando-se um alimento muito popular, especialmente nas feiras livres e nos bares e lanchonetes das cidades.

Curiosamente, décadas depois, os imigrantes brasileiros que foram para o Japão levaram o nosso pastel para lá, onde é chamado de “Pasuteru” (パステル), ou “Pasuteu” (パステウ).

A história do pastel é bastante interessante, pois, mostra como um determinado prato, pode evoluir e se adaptar conforme a cultura local, podendo ser influenciado por eventos históricos.

(Fontes: Bella Venezia | Wikipedia (Ja) | Wikipédia (Pt))

Por hoje é só! Agora, fiquei com saudades do pastel da minha avó, nunca comi igual!! 😸

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[Cultural] Culinária Japonesa – Sushi

* Foto retirada deste site.

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Olá Sonhadores! 😸 Como estão?

Na postagem de hoje discorrerei sobre o prato mais popular da culinária nipônica, o Sushi (寿司).

Originalmente, a culinária japonesa consistia em peixes, arroz, algas, verduras e vegetais, sendo pratos leves de baixa quantidade gordura, portanto, mais saudáveis.

O sushi é oriundo de uma prática de conservação do peixe, que não foi criada no Japão, mas sim nos países do sudeste asiático, chegando na China em meados de 200 a.C.. A técnica consistia em salgar e enrolar o peixe com arroz cozido e este, ao fermentar, liberava ácido acético e láctico, garantindo a conservação da carne e dando um sabor especial. Está aí a ideia do Sushi.

Esta prática chegou ao Japão por volta de 700 d.C., onde os pescadores passaram a prensar o arroz e o peixe cru com pedras. Após a fermentação, o arroz era descartado e o peixe consumido, podendo-se utilizar o shoyu (molho de soja) para temperar. Este é o chamado Narezushi (なれ鮨), que podemos dizer ser um antecessor do Sushi.

Narezushi, servido na atualidade.
Narezushi, servido na atualidade. – Foto retirada deste site.

Por volta de 1500, os japoneses passaram a consumir o peixe sem tirar o arroz, surgindo o chamado Nama Nare (生熟れ) ou Nama Nari (生成り), nessa época, o prato era consumido semi-fermentado.

Nama Nare, servido na atualidade.
Nama Nare, servido na atualidade. – Foto retirada deste site.

Algum tempo depois, entre Hokkaido e Hokuriku, surgiu o Izushi (飯寿司), que usava o peixe com vegetais em malte de arroz, sendo fermentado com ácido lático.

Izushi, servido na atualidade.
Izushi, servido na atualidade. – Foto retirada deste site.

No século seguinte, um outro tipo de Sushi passou a ser feito, o chamado Hayazushi (早寿司), que pode ser traduzido como “Sushi Rápido”, já que seu preparo exige somente uma noite. O peixe avinagrado com o arroz, e prensado durante uma noite inteira. O peixe mais comum para este Sushi é a Cavalinha (/Saba), que é chamado de Sabazushi (鯖寿司).

Hayazushi, servido na atualidade.
Hayazushi, servido na atualidade. – Foto de Tanabe Murasaki (田辺紫) retirada deste site.

Entre os séculos XVII e XVIII, em Osaka, surgiu o Hakozushi (箱寿司), onde, em uma caixa de armação de madeira, colocava-se o arroz, e em cima, as fatias de peixe. Em seguida, colocava-se uma tábua em cima e pressionava-se com as mãos. Depois de pronto, cortava-se em fatias retangulares.

Hakozushi, servido na atualidade.
Hakozushi, servido na atualidade. – Foto retirada deste site.

Ainda no mesmo período, surgiu o popular Inarizushi (稲荷寿司), que é feito com sacos de tofu frito (Aburaage/油揚げ) preenchidos com arroz. O tofu é geralmente marinado em um caldo de dashi, sake e soja antes de ser preenchido com arroz. Pode ser adicionados outros ingredientes e temperos, como Kanpyo (干瓢) e omelete.

Inarizushi, servido na atualidade.
Inarizushi, servido na atualidade. – Foto retirada deste site.

Já no século XIX, Hanaya Yohei (華屋与兵衛) revolucionou o prato, tornando-o mais rápido de ser preparado. Ele criou o conceito do Nigirizushi (握り寿司), onde ele usava o peixe cru (Sashimi) em cima do arroz e vinagre, que era prensado com as mãos. Devido a rapidez do preparo, este podia ser feito em barracas de rua. Seu quiosque ficava em Ryougoku (両国), e se chamava Yoheizushi. O sushi pronto para comer era mais leve, menos ácido e muito mais fácil de comer do que o original.

Yoheizushi, arte feita por Kawabata Gyokusho (川端玉章), por volta de 1877. Imagem retirada deste site.
Yoheizushi, arte feita por Kawabata Gyokusho (川端玉章), por volta de 1877.

Nigirizushi.
Nigirizushi. Foto retirada deste site.

Além do Nigirizushi, ele também foi o responsável por começar a enrolar o arroz e seu “recheio” (peixes e verguras) em Nori (海苔) (alga) com uma esteirinha, criando o famoso Makizushi (巻き寿司). Antes disso, quando se enrolava o sushi, o faziam com folha de bambu.

Existe uma grande variedade de Makizushis, como por exemplo, o Hossomaki (細巻き) (quando o “rolo” é mais fino), Futomaki (太巻) (quando é mais grosso), Uramaki (裏巻き) (quando ele é enrolado de forma reversa, com o Nori para dentro), Kappamaki (河童巻き) ou Kyuurimaki (胡瓜巻き) (Makizushi com recheio de pepino). Na verdade, Yohei criou uma grande diversidade de Sushis, pois, devido a praticidade de sua técnica, ele conseguia utilizar os ingredientes disponíveis para criar seus Sushis. Por exemplo, ele foi o pioneiro a usar omelete.

Makizushi. Aqui no Brasil, popularmente chamado de
Makizushi. Aqui no Brasil, popularmente chamado de “pneuzinho”. Foto retirada deste site.

Outro tipo de Sushi que é interessante de mencionar, é o Temaki (手巻き). Ele é parecido com o Makizushi, no sentido de enrolar o conteúdo com Nori. Todavia, ao invés de enrolar com a esteirinha, enrola-se com a mão mesmo, agilizando ainda mais o processo. A forma de enrolar o deixa no formato de cone, sendo portanto, mais fácil para o cliente segurar e comer. Esta característica é a responsável pela popularização deste em festas.

Temaki.
Temaki. Foto retirada deste site.

Por volta de 1930, no restaurante Ginza Kyubey (銀座久兵衛), em Tóquio, segundo rumores, foi criado o Gunkanmaki (軍艦巻き), algo como Rolo de Navio de Guerra. Ele consiste em um bolinho de arroz envolto por Nori e coberto por ovas de salmão (Ikura/イクラ),  ouriço-do-mar (Uni/海胆), Shirauo (白魚), entre outros.

Gunkanmaki.
Gunkanmaki. Foto retirada deste site.

Somente em meados de 1960, é que o Sushi se popularizou no Ocidente, em especial nos Estados Unidos, onde nasceu o popular California Roll, criado por Manashita Ichiro, que é um tipo de Makizushi às avessas, com recheios mais variados e adequados ao paladar americano.

California Roll.
California Roll. Foto retirada deste site.

No Japão, ele é chamado também de California-maki (カリフォルニア巻き) ou de Kashuumaki (加州巻き). Junto com ele surgiram vários outros Sushis americanizados, como o Hot Roll, Philly Roll (Filadélfia), Spicy Tuna Roll, Dragon Roll, Rainbow Roll, Spider Roll, Dynamite Roll, Crunch Roll, Boston Roll, Vegas Roll, entre outros. Por vezes, esses Sushis nascidos no Ocidente são chamados de Kawarizushi (変わり寿司).

Obviamente, não citei todos os tipos de Sushis que existem, pois, são muitos. Dentre esses, vale destacar o Tekkamaki (鉄火巻), Oshizushi (押し寿司), Chirashizushi (らし寿司) ou Barazushi (ばら寿司), Edomae Chirashizushi (江戸前ちらし寿司), Gomokuzushi (五目寿司) e o Narezushi (なれ鮨).

(Fontes: Gazeta do Povo | Japamix | Simonde | Sushi Encyclopedism | Wikipédia (En) | Wikipedia (Ja) | Wikipédia (Pt))

Bom… por hoje é só! Escrever esse post me deu vontade de ir à Liberdade comer comida japonesa! 😸

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[Cultural] Halloween – Dia das Bruxas

* Foto retirada deste site.

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Olá Sonhadores! 😸 Como estão?

Hoje falarei sobre o Dia das Bruxas, também conhecido como Halloween. (Acho que não preciso explicar o motivo deste assunto, né? 😋).

O Halloween é uma festa mais conhecida e praticada nos Estados Unidos e outros países cujo povo tem raízes anglo-saxônicas. Afinal, a origem dessa festividade é celta, sendo comemorada no dia 31 de outubro, dia que se encerra o verão na Irlanda Céltica.

No entanto, segundo este site, os estudiosos dizem que o nome “Halloween” surgiu da seguinte forma:

“O nome é, na realidade, uma versão encurtada de “All Hallows’ Even”(Noite de Todos os Santos), a véspera do Dia de Todos os Santos (All Hallows’ Day).

“Hallow” é uma palavra do inglês antigo para “pessoa santa” e o dia de todas as “pessoas santas” é apenas um outro nome para Dia de Todos os Santos, o dia em que os católicos homenageiam todos os santos. Com o tempo, as pessoas passaram a se referir à Noite de Todos os Santos, “All Hallows’ Even”, como “Hallowe’en”, e mais tarde simplesmente “Halloween”.”

Todavia, para os celtas, este era o dia em que todos as pessoas que morreram durante o ano, voltariam em espírito a procura de corpos para possuírem. Para este povo, esta seria a única oportunidade de voltar à vida. Seria o dia em que o mundo dos mortos e o dos vivos se misturavam.

Para evitar que seus corpos fossem possuídos, os vivos se fantasiavam e desfilavam pelos bairros de forma destrutiva e ruidosa, com a finalidade de afugentar os espíritos. Também apagavam as luzes das lareiras e fogueiras, para deixar o ambiente escuro, frio e desagradável. Para os celtas, este dia era, também, para cultuar a deusa YuuByeol, conhecida como símbolo (ou deusa) da perfeição.

Com a chegada do Império Romano, essa tradição foi absorvida e mesclada com outras tradições e culturas, não restando quase nada de sua finalidade original.

Outros elementos foram adicionados ao Halloween, com o passar do tempo:

Jack O’ Lantern (Jack da Lanterna):

Jack O' Lantern
Arte de SimonWeaner.

A famosa lanterna de cabeça de abóbora, um dos principais símbolos desta data. A sua origem é do folclore irlandês, provinda de um mito chamado “Jack Miserável”.

Conta-se que Jack, um bêbado incorrigível, bebia excessivamente no dia 31 de outubro, quando o Diabo veio buscá-lo. Então, Jack pede que ele lhe deixasse tomar sua última bebida. O mesmo concede ao pedido. Porém, fazendo jus a seu nome de Miserável, Jack não queria pagar a conta, então convenceu o Diabo a se transformar em uma moeda para poder pagá-la. No entanto, ao invés de pagar a bebida, Jack pega a moeda e guarda em sua carteira, onde havia uma cruz de prata, o que impedia o Diabo de voltar ao normal.

Para libertá-lo, Jack faz uma proposta, dizendo que o libertaria se ele prometesse deixá-lo viver por mais um ano. A proposta é aceita e ele é libertado.

Um ano depois, o Diabo veio novamente buscar o Jack, porém, antes disso, ele o convence a pegar uma maçã de uma árvore. Assim que o Diabo sobe no primeiro galho, afim de pegar a fruta, Jack usa seu canivete para desenhar uma cruz no tronco da árvore, aprisionando-o novamente. Então, o Diabo oferece mais 10 anos de vida, em troca de sua liberdade. Porém, Jack recusa, pedindo para que, ao invés disso, nunca mais ele venha buscá-lo. O Diabo aceita e Jack o liberta.

Porém, para seu azar, Jack falece no ano seguinte. Deus não permite a entrada de Jack no Céu e, o Diabo também não deixa que ele vá para o Inferno, já que tinha rancor deste. Ele apenas lhe dá uma queima de carvão e o envia para a noite escura. Jack pega um nabo e esculpe ele, usando-o como lanterna para enxergar. Desde então, ele vaga pelas noites, recebendo o nome de Jack da Lanterna (Jack O’ Lantern).

Quando a tradição de usar as lanternas no Dia das Bruxas foram aos Estados Unidos, eles perceberam que as abóboras eram muito mais abundantes lá do que os nabos, então passaram a usar abóboras para fazerem as lanternas.

As Bruxas:

As Bruxas
Imagem retirada deste site.

Como vimos lá em cima, as bruxas não possuem nenhuma ligação com o Halloween original. Elas vieram de outras lendas e tradições, na qual diziam que as bruxas se reuniam duas vezes por ano: 3o de abril e 31 de outubro, para utilizarem suas magias e feitiços com a finalidade de causar transtornos.

Diz-se também, que se usar a roupa do avesso e andar de costas durante toda a noite de Halloween, encontrarás infalivelmente com uma bruxa à meia noite.

As lendas vieram com os primeiros colonizadores americanos, misturaram-se com os mitos de bruxas dos índios nativos e com as crenças de magia negra dos escravos africanos.

Gato Preto:

Gato Preto
Foto retirada deste site.

Os pobres gatos pretos são vistos como símbolo de azar e mau agouro. Isso pois, dizem que são bruxas transformadas em animais. Há quem acredite também, que são espíritos de pessoas mortas em forma de bichos.

Trick-or-treat (Travessura ou gostosura):

Trick-or-Treat
Foto retirada deste site.

A famosa tradição, mais praticada nos Estados Unidos, das crianças fantasiadas irem de casa em casa dizendo “travessura ou gostosura”, onde o morador deve escolher entre dar um doce ou sofrer uma travessura (que consiste em pequenas travessuras na casa desta). Ela tem origem europeia, onde no Dia de Todas as Almas (2 de novembro/Finados), os cristão pediam nas casas os “soul cake” (bolo da alma), que eram bolos cortados em quadrado, feitos de pão e groselha. A cada bolo que recebiam, faziam uma oração para algum parente falecido da pessoa que deu o bolo.

Como podemos perceber, é uma festividade multicultural, que agrega lendas e mitos diversos. Infelizmente, no Brasil ainda não possui muita repercussão (mas parece estar sendo assimilada aos poucos), todavia acho bastante interessante conhecê-la.

É interessante também, que as fantasias não se restringem à bruxas, diabinhos e abóboras. Elas englobam outras figuras de contos, filmes e histórias sinistras como vampiros, fantasmas, múmias, zumbis, caveiras, Freddy Krueger, Frankenstein, Jason, etc. Além de outras que não tem nada a ver como anjos, enfermeiras, duendes, princesas, etc. Tornando-se algo como uma verdadeira festa à fantasia! No Japão, é comum também os cosplays.

Vejam mais algumas fotos aleatórias retiradas do Google:

Bom, por hoje é só! Espero que tenham gostado! 😸

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REFERÊNCIAS:

~> Além da Imaginação
~> Wikipédia – Dia das bruxas
~> Wikipédia – Jack-o’-lantern

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[Cultural] Culinária Sírio-Libanesa – Esfiha

* Foto retirada deste site.

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Olá Sonhadores! 😸 Como estão?

Na postagem de hoje falaremos mais sobre culinária! Desta vez, trataremos da tão popular esfiha (صفيحة/sfīḥah), também grafado como “esfirra”.

Sua origem é dita como sendo sírio-libanesa, embora seja encontrada em toda região Levante do Mediterrâneo. A receita consiste originalmente em pão de ázimo cozido com cobertura de carne picada, muitas vezes cordeiro aromatizado com cebola, tomate, pinhões e especiarias.

A base do prato, que é o pão de ázimo, é encontrado no Crescente Fértil desde a era pré-histórica, onde se  plantava trigo, cevada, pistache, nozes, romãs e figos, ingredientes que originaram o pão. Este era cozinhado em superfícies quentes como em rochas, sajj de metal, taboon ou tandurs.

Já na idade medieval, com a chegada do forno de tijolo, foi possível criar variações da receita, entre uma onde se cobria o pão com carne (de carneiro) e cebola, nascendo a tão famosa esfiha aberta.  Assim, o prato se espalhou pelo Império Otomano.

As esfihas fechadas são chamadas de Fatayer (ﻓﻄﺎئر), sendo considerada um prato diferente. Embora, no Ocidente o fechamento seja feito de forma diferente.

Já no século XX, a esfiha foi trazida para o Brasil e Argentina pelos imigrantes libaneses e sírios. Desde então, a esfiha passou a ser incrementada com outros ingredientes e novos sabores, como frango, atum, queijo, carne moída, palmito e muitos outros. Inclusive, já vi até esfiha de estrogonofe, misturando a culinária sírio-libanesa com a russa; e de pizza, mixando com a culinária italiana.

Além disso, atualmente, até esfihas doces podem ser encontradas, sendo deliciosas sobremesas!

(Fonte: Balada CERTA | Wikipédia (En) | Wikipedia (Ja))

Aqui em Indaiatuba, acredito que a esfiha mais famosa e popular é a da Casa da Esfiha! A massa deles é muito saborosa, e o recheio não tem descrição. Outra esfiharia famosa é o Habibis, que também é muito boa!

No site TUDOGOSTOSO tem várias receitas de esfiha, algumas bem originais! Quem curte cozinhar, vale a pena dar uma conferida!

Bom, por hoje é só! Espero que tenham gostado! 😸

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[Cultural] Culinária Russa – Estrogonofe

* Foto retirada deste site.

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Olá Sonhadores! 😸 Como estão?

Na postagem de hoje falaremos sobre culinária! O prato de hoje é o tão delicioso estrogonofe (строганов/stroganov), também grafado como strogonoff, atualmente bastante querido aqui no Brasil também.

Bom, a origem desta delícia é russa! Era um prato consumido pelos soldados russos no século XVI. Na época, era apenas uma ração de carne cortadas e temperadas com sal grosso e aguardente para conservar o alimento.

A receita foi aprimorada por um cozinheiro do Czar russo Pedro, o Grande. O general que protegia este cozinheiro era da família Strogonov, por isso, nomearam o prato com o mesmo.

Todavia, a primeira receita registrada do prato, foi feita pela chefe de cozinha Elena Molokhovets, em seu livro “Um Presente para Jovens Donas de Casa” (Подарок молодым хозяйкам), com o nome de “Estrogonofe de carne com mostarda”.

Princípios Práticos das Artes Culinárias
Livro: “Princípios Práticos das Artes Culinárias”, 1909.

Segundo o livro “Princípios Práticos das Artes Culinárias” (tradução livre de “Prakticheskie Osnovy Kulinarnogo Iskusstva” | “Практические основы кулинарного искусства”) de Alexandrova-Ignatieva (Александрова-Игнатьева), em 1909, outra receita foi registrada, acrescentando cebola e extrato de tomate, além de passar a ser acompanhado de batata palha, que é considerada um acompanhamento tradicional para a comida russa.

Com a Revolução Russa, em 1917, o prato se popularizou nos hotéis e restaurantes chineses, antes da Segunda Guerra Mundial. Então, muitos russos, chineses e norte-americanos que trabalhavam na China pré-comunista e imigraram para a Europa, trouxeram o estrogonofe para estes países, onde mais variedades de receitas surgiram.

Contudo, foi na França que o prato foi aprimorado, com o acréscimo de champignon na receita e assim, o prato passou a ser chamado de Strogonoff, tornando-se mais refinado e caro.

No Brasil, houve o “aportuguesamento” do nome do prato, passando a ser chamado de Estrogonofe.

Atualmente o prato é bastante popular, sendo considerado por muitos, um dos mais saborosos, junto com a lasanha e a parmegiana.

Além disso, surgiram diversas variantes do mesmo, como o estrogonofe de frango, de peixe e de camarão. Além de usarem estrogonofe como sabores de pizzas e panquecas.

Fonte das informações: História de Tudo | Wikimedia | Wikipédia

Para quem quiser fazer esta delícia, no site Receitas.com há uma grande variedade!

Bom, por hoje é só! Espero que tenham gostado! 😸

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[Cultural] Akai Ito, o Fio Vermelho

* Akai Ito, O Fio Vermelho do Destino – Imagem retirada deste site. Editada por mim.

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Olá Sonhadores! 😸 Como estão?

Na postagem de hoje falarei sobre uma famosa lenda chinesa, Hóngxiàn (红线), mais conhecida pela sua versão japonesa, o Akai Ito (赤い糸). Seu significado literal é “linha (ou fio) vermelha (o)”.

“Um fio vermelho invisível que conecta os que estão destinados a conhecer-se, independentemente do tempo, lugar ou circunstância. O fio pode esticar-se ou emaranhar-se mas jamais se quebrará.”

“Um encontro é um acaso, mas um reencontro é destino!” (Provérbio oriental)

“Segundo Deus, eu e você estamos ligados pelo dedo mindinho por uma linha vermelha. Nossos olhos não veem este laço do destino. E nem há mapas que me levam até você. Por isso, para te encontrar, devo me apaixonar.” (Dorama Akai Ito – Episódio 1 – Tradução: DramaFans)

A lenda chinesa original diz que todos os humanos possuem uma corda vermelha e invisível aos nossos olhos amarrada no tornozelo, cuja outra extremidade está amarrada no tornozelo da pessoa a qual estamos destinados a amar e viver juntos pelo resto da vida.

Seria uma ligação de amor verdadeiro, com a pessoa especial, a quem nascemos para encontrar, amar e ser feliz. Dizem que quanto mais próximo da pessoa destinada estivermos, mais feliz somos. Assim como, quanto mais distantes, mais infelizes nos sentimos.

Esta lenda espalhou-se pelo leste asiático (Japão e Coreia), sendo incorporada e assimilada pelo folclore local. Quando isso ocorre, sempre existem mudanças e adaptações no conteúdo. No caso da versão japonesa, ao invés de uma corda, é um fino fio de algodão, que é amarrado pelos deuses no dedo mindinho do futuro casal. E, a pessoa só poderá experimentar o amor verdadeiro, quando encontrar esta pessoa a qual seu fio está ligado.

Akai Ito se originou à partir da lenda do deus chinês Yuè Xià Lǎorén (月下老人), também chamado de Yue Lao ou Xia Lao Yue, que segundo o tradutor, significa literalmente “casamenteiro”. Ele é representado por um velho, que é o deus do amor e do casamento, e aparece somente sob o luar. Dizem que vive na lua ou no Yue Ming (mundo obscuro, equivalente ao Hades da mitologia grega). Sendo este deus, o responsável por colocar este fio vermelho nos humanos.

Lenda de Yue Lao
Ilustração retirada deste site. (Tem outras ilustrações da lenda, com a descrição em chinês, mas é bem legal! Confiram!)

Sua lenda se passa durante a dinastia Tang (唐朝), onde vivia um jovem rapaz chamado Wei Gu (韋固). Quando ele passava pela cidade de Songcheng, ele encontra um senhor encostado sobre seu pacote, lendo um livro sob o luar.

Curioso, Wei Gu dirige-se até o velho homem e pergunta o que estava lendo. Ele responde que é o livro que contém a lista de casamentos, que mostra quem irá se casar com quem, e disse que dentro do pacote, há cordas vermelhas, que ele amarra nos tornozelos, ligando o casal predestinado.

Wei Gu e o velho caminharam juntos até o mercado, lá estava uma senhora cega, carregando um bebê de aproximadamente 3 anos de idade. Yue Lao diz ao jovem que aquele bebê será sua esposa no futuro. Wei Gu achou isso muito estranho, e mandou um de seus servos apunhalar o bebê com uma faca. E assim foi feito.

Desde então, passaram-se 14 anos, e o governador de Xiangzhou, Wang Tai, deu a Wei Gu a mão de sua filha em casamento. Wang Tai estava tendo dificuldades para encontrar um bom partido para a sua filha, apesar dela ser bonita, devido a sua cicatriz nas costas e pelo fato de ela ter dificuldades para caminhar. Quando lhe foi perguntado o que havia acontecido com ela, o governador respondeu que há quatorze anos atrás, um homem a esfaqueou num mercado, sem motivo algum. (Ou seja, era o bebê que o velho Yue Lao disse que seria a esposa de Wei Gu no futuro, o que acabou se concretizando.).

Dez anos depois, Wei Gu teve três filhos. Ele pediu ao velho homem por pares ideais para seus filhos e filha, porém, o deus casamenteiro se recusou. Durante os anos seguintes, Wei Gu procurou por pessoas adequadas à seus filhos, mas não apareceu ninguém para se casar com nenhum deles.

Existem variantes dessas lendas. Como esta que encontrei:

Um homem caminhava tranquilamente pelas montanhas. Caminhava feliz, pois ia visitar a sua noiva. De repente, um velho homem apareceu diante dele. – Sendo eu o deus Xia Lao Yue tenho o poder de ver a corda vermelha que liga uma pessoa à outra. E posso dizer-te que a pessoa que estás indo visitar agora não é a tua destinada e, se casares com ela, não vais ser feliz. A pessoa a quem a corda te liga é aquele bebê. – Disse apontando para um bebê que dormia no colo da mãe. O homem não acreditou em uma única palavra de Xia Lao Yue e, cego pela raiva, encarregou o seu criado de matar o bebê. No entanto tudo o que o Deus lhe dissera era verdade, o homem não estava ligado à sua noiva e, por isso, vivia infeliz. Passaram-se anos e a sua mulher faleceu deixando-o viúvo. Quando já tinha perdido toda a esperança de voltar, um dia, a ser feliz encontrou uma bela mulher com quem acabou por casar. Essa mulher era aquele bebê. O bebê que outrora mandou matar, mas que tinha conseguido escapar desse trágico final e que agora estava ali a seu lado, fazendo dele o homem mais feliz do mundo.

Outra lenda interessante sobre esta o Akai Ito:

Debaixo da escura noite, iluminada apenas pela brilhante lua cheia caminhava, apressadamente, para a sua casa um pequeno menino. Enquanto caminhava encontrou um velho, sentado por baixo de uma árvore observando a grande lua. – Boa noite rapaz! – Disse-lhe humildemente o velho que, na realidade, era o Deus Xia Lau Yue. O menino nunca antes vira o velho, por isso, continuou o seu caminhou sem lhe prestar atenção. – Sabes! – continuou o velho. – Devias começar a preparar-te para o teu destino. Já não falta muito para te tornares um homem e, como todos os homens, precisas de arranjar uma esposa. O menino era ainda muito jovem e não mostrava nenhum interesse em se casar. – Eu nunca me vou casar. – Disse amargamente. – Isso só o destino pode dizer. E sabes o que ele diz agora? Mesmo não estando a gostar muito da conversa o menino acenou que não com a cabeça. – Ele diz que te casarás com a jovem que estiver do outro lado da corda que amarrei ao teu tornozelo. Pela primeira vez, o menino conseguiu ver a corda vermelha amarrada ao seu tornozelo, que se estendia no chão formando um estreito caminho cor de sangue. Na outra ponta da corda estava uma jovem rapariga, sentada à porta da sua casa, observando o céu escuro da noite. O menino não queria acreditar no que os seus olhos viam, pegou então numa pedra e atirou-a ao rosto menina, pensando que aquilo seria o suficiente para a manter longe dele para sempre. De seguida, limpou as mãos sujas de terra aos calções e correu, como nunca antes havia corrido, passando por tortuosos caminhos, deixando completamente emaranhada a corda vermelha que continuava amarrada ao seu tornozelo, mas que por algum motivo, já não conseguia ver. Passaram-se anos, e o menino de outrora tinha-se transformado num belo homem cobiçado por muitas mulheres. Ele sabia que tinha de desposar uma daquelas raparigas para honrar a sua família, dando-lhe continuidade, mas a verdade, é que nenhuma daquelas mulheres lhe interessava. Na aldeia diziam que mesmo que procurassem pelo mundo inteiro jamais encontrariam uma dama que lhe agradasse. O menino, agora já homem, esquecido da conversa que tinha tido com o velho há uns anos atrás, caminhava debaixo da lua cheia, pensando que talvez nunca conseguisse encontrar o seu par ideal. Foi então que, passando por uma das casas da região, viu a silhueta de uma mulher. Pela primeira vez, sentiu que aquela era a mulher com quem queria passar o resto da vida, mesmo que dela conhecesse apenas a sua silhueta. Essa jovem, por quem se apaixonara era conhecida como sendo uma das mais belas mulheres da vila, contudo raramente saia de casa por ter vergonha do seu rosto. No tão esperado dia do casamento, a jovem não mostrou o rosto, mantendo-o escondido por baixo de um grosso véu. No entanto, no fim da cerimônia, quando se encontravam sozinhos, o homem não conseguiu esconder a curiosidade e perguntou-lhe por que motivo ela escondia o rosto. – Ninguém o quereria ver. É feio e está marcado por uma horrível cicatriz. – Respondeu. – Quando era pequena um rapaz atirou-me um pedra ao rosto, deixando uma cicatriz sobre a minha sobrancelha. Aquelas palavras trouxeram-lhe à memória aquela noite. A noite em que tinha falado com o velho, o deus Xia Yue Lau. E com um suave movimento retirou o véu da sua esposa, deparando-se com a mais bela mulher que alguma vez havia visto. Nesse dia o jovem percebeu que não adianta fugir, pois o destino do Akai Ito será sempre cumprido.

A lenda oriental do Akai Ito é mais ou menos equivalente à lenda da Alma Gêmea, mais conhecida aqui no ocidente. Mas ambos falam de um amor eterno e verdadeiro. Acredito que muitas pessoas possuem o desejo de encontrar com o amor de sua vida.

Infelizmente, graças à banalização do amor e valorização do prazer carnal, bem como a inversão de valores que vivenciamos atualmente, tem tornado esta procura mais árdua, já que não se sabe mais da sinceridade dos sentimentos das pessoas.

No entanto, se acreditarmos no fio vermelho do destino, não precisamos nos preocupar, pois infalivelmente, a pessoa que iremos amar e que irá nos amar profunda e eternamente surgirá em nossa vida, basta confiarmos no deus Yue Lao! 😼

Imagem do deus Yue Lao
Imagem do deus Yue Lao – Foto retirada deste endereço.

Esta lenda é bastante famosa entre o povo oriental, principalmente no Japão. Em vários doramas, mangás/animes e outras publicações há menções desta lenda. Inclusive, existe até um dorama com o nome de Akai Ito (citado no início da postagem, diga-se de passagem.).

Outro exemplo de menção é a abertura do dorama Last Friends, vejam:

Música de Utada Hikaru (宇多田 ヒカル), “Prisioner of Love”.

Um exemplo de anime, temos o encerramento do famoso “Inuyasha Kanketsu-hen” (犬夜叉 完結編):

A música é do AAA, chama-se “With you”.

Bom, por hoje é só! Espero que tenham gostado! 😸

E nunca se esqueçam! O maior de todos os tesouros são os seus sonhos! 🐯


REFERÊNCIAS:
~> Le Panda-Chan: ☆ Lendas Japonesas ☆ – Akai Ito ღღ
~> Yue Lao – Wikipedia, the free encyclopedia

Dreamer

[Cultural] Momotaro

* Imagem de エビス5sさん, retirada deste site.

Cultural

Olá Sonhadores! 😸 Como estão?

Na postagem de hoje, discorrerei sobre uma conto japonês muito popular na cultura nipônica. Trata-se de Momotaro (桃太郎), também grafado como Momotarou.

Momotaro

Era uma vez, um casal de velhinhos que viviam em um certo lugar.
O velho foi à montanha cortar a relva, enquanto a velha foi lavar a roupa no rio.
Enquanto a senhora lavava a roupa, um grande pêssego veio boiando pelo rio.
“Mas que pêssego enorme! Vou levá-lo para casa.”
Ela foi para casa carregando o achado nas costas e, quando estava prestes a cortar a fruta, um grande bebê saiu do pêssego.
“Opa, estou espantada.”
Apesar do casal ficar assustado, ambos ficaram muito felizes,
“Que nome devemos dar a ele?”
“Como ele nasceu de um pêssego (momo), que tal Momotaro?”
“Gostei.”
Em um piscar de olhos, Momotaro cresceu e se tornou um esplêndido menino gentil.
Certo dia, Momotaro disse ao casal:
“Ouvi dizer que um Oni (tipo de do folclore Ogro) malvado vive na Ilha dos Onis (Onigashima).”
“Ocasionalmente, ele vem para a aldeia e faz coisas ruins, deixando todos em apuros.”
Então, o velho respondeu:
“Sendo assim, eu vou lá exterminá-lo. Esposa, por favor, faça Bolinhos de Milhete (Kibidango).”
A velhinha fez os bolinhos mais deliciosos do Japão, Momotaro os colocou em sua bolsa na cintura e, partiu imediatamente para a ilha.
Durante sua jornada, Momotaro conheceu um Cachorro (Inu).
“Senhor Momotaro, o que trás nesta bolsa?”
“O melhor bolinho de milhete do Japão.”
“Se me der um, me tornarei um acompanhante (otomo).”
O Cachorro recebeu de Momotaro um bolinho e tornou-se seu servo.
Enquanto Momotaro e o Cachorro caminhavam, um Macaco (Saru) se aproximou,
“Senhor Momotaro, o que tem dentro desta bolsa?”
“O melhor bolinho de milhete do Japão.”
“Se me der um, me tornarei um acompanhante (otomo).”
O Macaco recebeu de Momotaro um bolinho e tornou-se seu servo.
Depois de um tempo, um Faisão (Kiji) veio voando,
“Senhor Momotaro, o que tem dentro desta bolsa?”
“O melhor bolinho de milhete do Japão.”
“Se me der um, me tornarei um acompanhante (otomo).”
O Faisão recebeu de Momotaro um bolinho e tornou-se seu servo.
Seguindo por mais um tempo, a Ilha dos Onis foi avistada.
“Aquela deve ser a ilha”, latiu o Cachorro.
Ao chegar na ilha, havia um grande Oni parado em frente ao portão de um castelo, Momotaro pegou uma enorme pedra e jogou na direção do Oni.
O Macaco escalou o portão, o destrancou e o abriu. O Faisão bicou os olhos do Oni.
“Eu desisto. Por favor, poupe-me~”
Ao dizer isso, o Oni fugiu para dentro do castelo.
Então, muitos Onis sairam do castelo, e por fim, um enorme Oni surgiu.
“Moleque impertinente. Eu vou puní-lo.”
Disse enquanto balançava uma grande clava de ferro.
“Você é o chefe?” Disse Momotaro, pulando rapidamente em cima da clava,
“Oni malvado, não posso perdoá-lo por fazer coisas ruins para as pessoas da aldeia. Receba o meu punho.”
“Isso dóiii, desculpe-me. Desculpe-me. Por favor, me perdoe. Eu me rendo.”
“De verdade? Você promete?”
“Prometo. Eu não minto. Darei-lhe um tesouro.”
Momotaro obteve uma carroça cheia de tesouros do castelo, como ouro, prata e tecidos.
Desta forma, Momotaro voltou para casa dos velhinhos, que o esperavam, e todos viveram felizes.
(Texto original do site “昔話童話童謡の王国“, traduzido por Zipangato.)

No vídeo abaixo, confiram um resumo da história:

As imagens utilizadas são do blog “子どもの言語” (Kodomo no Gengo).

A lenda é referenciada em diversas obras da cultura popular japonesa, incluindo mangás, animes, tokusatsu e doramas. Talvez, o exemplo mais marcante seja o Kamen Rider Den-O (仮面ライダー電王), onde o protagonista é possuído por entidades chamadas de Imajin, onde cada uma é baseada em uma lenda japonesa. O Imajin principal se chama Momotaros e é baseado neste conto.

Outra referência atual, é a série Super Sentai deste ano, intitulada “Avataro Sentai Don Brothers” (暴太郎戦隊ドンブラザーズ), onde todos os protagonistas representam um elemento do conto, sendo o protagonista Momoi Taro (桃井タロウ) o líder Don Momotaro (ドンモモタロウ), e os demais integrantes/servos relacionados aos animais e ao Oni: Saruhara Shin’ichi (猿原真一)/Saru Brother (サルブラザー), Kito Haruka (鬼頭はるか)/Oni Sister (オニシスター), Inudzuka Tsubasa (犬塚翼)/Inu Brother (イヌブラザー), e Kijino Tsuyoshi (雉野つよし)/Kiji Brother (キジブラザー).

Além disso, há um douyou (música infantil) composta por Okano Taiichi (岡野貞一), de letrista desconhecido, cujo título é “Momotaro” (桃太郎). Foi publicada pela primeira vez em 1911 em um livro de canções para escola primária compilado pelo Ministério da Educação, o livro se chama “Jinjou Shougaku Shouka” (尋常小学唱歌) (informações do Wikipédia japonês). Confiram a canção:

Segue  a letra e tradução:

桃太郎
Momotaro

作詞:不詳
作曲:岡野貞一
編曲:不詳

桃太郎さん 桃太郎さん
Momotaro-san Momotaro-san
お腰(こし)につけた きびだんご
Okoshi ni tsuketa kibidango
ひとつわたしに くださいな
Hitotsu watashi ni kudasai na

やりましょう やりましょう
Yarimashou yarimashou
これから鬼(おに)の 征伐(せいばつ)に
Kore kara oni no seibatsu ni
ついて行くなら やりましょう
Tsuiteiku nara yarimashou

行(ゆ)きましょう 行きましょう
Yukimashou yukimashou
あなたについて 何処(どこ)までも
Anata ni tsuite doko made mo
家来(けらい)になって 行きましょう
Kerai ni natte yukimashou

そりゃ進め そりゃ進め
Sorya susume sorya susume
一度に攻めて 攻めやぶり
Ichido ni semete seme yaburi
つぶしてしまえ 鬼ヶ島
Tsubushiteshimae Onigashima

おもしろい おもしろい
Omoshiroi omoshiroi
残らず鬼を 攻めふせて
Nokorazu oni wo semefusete
ぶんどりものを エンヤラヤ¹
Bundori mono wo EN’YARAYA

ばんばんざい² ばんばんざい
Banbanzai banbanzai
おとものいぬや さるキジは
Otomo no inu ya saru KIJI wa
いさんでくるまを エンヤラヤ
Isan de kuruma wo EN’YARAYA

~TRADUÇÃO~

Momotaro
Letra: Desconhecido
Composição: Okano Taiichi
Arranjo: Desconhecido
Tradução: Zipangato

Senhor Momotaro Senhor Momotaro
O bolinho de milhete que colocou na cintura
Dê-me um, por favor

Vamos fazê-lo, vamos fazê-lo
À partir de agora, a punição dos Onis
Se for me seguir, vamos fazê-lo

Vamos vamos
Seguir você, para onde for
Tornando-me seu servo, nós vamos

Então, avançamos; então, avançamos
Atacando com tudo de uma vez; o ataque é quebrado
Destrua a Ilha dos Onis

É interessante, é interessante
Sem deixar sobrar um Oni, ataque e derube-os
Empurrem¹ o espólio

Um grande viva², um grande viva
O Cão, Macaco e Faisão acompanhantes
Empurrem o veículo herdado

Notas de tradução:

1. エンヤラヤ (en’yaraya): é um grito que é dado ao empurrar ou puxar algo pesado. No caso, seria a carroça cheia de tesouros do castelo do Oni.

2. ばんばんざい (banbanzai):significa nada mais do que um grande “Banzai”, que é dito quando há algo a ser celebrado ou comemorado. Na tradução, foi adaptado para um “viva”.

Bom, por hoje é isso!

E nunca se esqueçam! O maior de todos os tesouros são os seus sonhos! 🐯

Dreamer

[Cultural] Hina Matsuri, o Dia das Meninas

* Montagem feita por mim, com imagens deste site.

Cultural

Olá Sonhadores! 😸 Como estão?

Hoje é um dia comemorativo lá no Japão, o Hina-Matsuri (雛祭り), que pode ser traduzido como “Festival das Bonecas”, mas é mais conhecido como “Dia das Meninas”. Ele ocorre no terceiro dia do terceiro mês do ano, sendo uma data importante para as meninas, com direito a cerimônia e tudo!

ORIGEM:

Hina-Matsuri de uma menininha kawaii
Hina-Matsuri de uma menininha kawaii – Foto deste blog.

Segundo o site CULTURA JAPONESA, a prática tem origem em um antigo ritual de purificação chamado “Hina-nagashi” (雛流し), que significa literalmente “Boneca Dissipadora” (na verdade, ao pé da letra, pode ser traduzido como “boneca que flui”), onde uma boneca de papel era colocada no rio, deixando-a fluir até o mar. Nessa boneca eram depositada os pecados, males, espíritos malignos, etc. Sendo que nessas ocasiões, haviam piqueniques, para aproveitar a primavera.

Na Era Edo (1603 a 1867), as bonecas passaram a ser modeladas com a aparência de membros da corte. Foi nesse período que o Hina-matsuri passou a ter maior importância, justamente quando a mulher era socialmente menos valorizada. Esta festividade era o único momento em que elas sentiam-se mais importantes.

HINA NINGYOU | 雛人形:

Hina Ningyou
Hina Ningyou – Foto retirada deste site.

A principal característica desta data são as bonecas (Hina Ningyou/雛人形). Que são vestidas com roupas típicas da Era Heian (平安時代). É montado um tipo de altar, constituído de escadas (a quantidade varia, comumente entre 5 – o mínimo – e 7 degraus). Estes são revestidos por um tipo de carpete vermelho de seda (Himousen/緋毛氈), onde as bonecas são colocadas, seguindo uma ordem:

  1. No topo, temos duas bonecas representando a Família Imperial (Dairibana/内裏雛), com um príncipe (Obina/男雛) e uma princesa (Mebina/女雛). Eles ficam sentados diante de um biombo dourado e lamparinas.
  2. O segundo degrau, é o lugar das Três Damas da Corte (San-nin Kanjyo/三人官女). Representa as moças que servem a Família Imperial. Também pode referir-se à classe aristocrata.
  3. No terceiro degrau, encontram-se os Cinco Músicos da Corte (Go-nin Bayashi/五人囃子). Da esquerda para direita, eles representam: o canto (utai/謡), a flauta japonesa (fue/笛), o kotsuzumi (kotsuzumi/小鼓 – tipo de tamborzinho japonês), o ootsuzumi (ootsuzumi/大鼓 – mesmo tipo de tambor, só que grande) e o taikô (taiko/太鼓 – famoso tambor japonês, que vemos nas festividades nipônicas, mesmo aqui no Brasil). Eles representam os artistas e literatos. * Obs.: Raramente, são colocados mais músicos, chegando a sete ou doze membros.
  4. O próximo é os Zuijin/Zuishin (随身), popularmente conhecidos como “Ministro da Direita” (udaijin/右大臣) e “Ministro da Esquerda” (sadaijin/左大臣). O da esquerda é sempre uma senhor de idade, e o da direita é um jovem. Ambos com vestes de oficiais militares. Entre os dois, coloca-se oferendas. Este degrau representa os funcionários do governo e religiosos.
  5. Nesta escada, temos os chamados de “shichou” (仕丁) ou “eji” (衛士) – estes eram soldados que guardavam os portões e protegiam a corte. Estão em três, representando a escolta e a comitiva. Pelo fato de cada um ter uma expressão facial que representa a raiva, o choro e o riso, são também conhecidos como “jyougo” (三人上戸). Nas extremidades do degrau, coloca-se plantas, representando os domínios feudais.
  6. Na sexta escada, coloca-se objetos usados pela Corte, como miniaturas laqueadas de móveis, baús para quimonos, penteadeira, utensílios para Cerimônia do Chá, caixa de costura, etc..
  7. Na sétima, temos objetos usados fora da Corte, representando as pessoas comuns – miniaturas laqueadas de carroça de boi, palanquim, caixas empilháveis, carroça de flores, etc..

Além disso, existem bonecas extras que podem ser acrescentadas, como:

  • Sankajin (三歌人) – três poetas – de poesia Tanka (短歌) – São eles: Kakinomoto no Hitomaro (柿本人麻呂), Ono no Komachi (小野小町) e Sugawara no Michizane (ou Michimasa ou Doushin, conforme a leitura)(菅原道真).
  • Tsurukame (鶴亀), do teatro japonês.
  • Sankenjo (三賢女) – três sábias – Sendo elas: Murasaki Shikibu (紫式部), Sei Shounagon (清少納言) e Ono no Komachi (小野小町).

Estas bonecas são montadas dentro de casa, e comumente, são passadas de mãe para as filhas, sendo um bem da família.

FESTIVIDADE:

Nesse dia, a menina convida seus amigos para um chá em frente às bonecas. São oferecidos alguns tipos de guloseimas e bebidas específicas nesse dia, como:

  • Hishimochi (菱餅): Doce feito com arroz glutinoso (mochi). De forma retangular, colocados um em cima do outro, tendo várias cores (entre elas, o branco, rosa, verde, amarelo).
    Hishimochi
    Hishimochi – Foto retirada deste blog.
  • Hina Arare (雛霰): Flocos crocantes de arroz glutinoso doce. Também são coloridos.
    Hina Arare
    Hina Arare – Foto retirada deste Flickr. Autoria de J. G. Wang.
  • Amazake (甘酒): É um sake com baixíssimo teor alcoólico, sendo permitido para menores no Japão.
    Amazake
    Amazake – Foto retirada deste site.

Existem outros pratos que podem ser servidos, mas não são exatamente tradicionais desta festividade. O site Hashitag fala sobre alguns desses pratos, confiram lá!

Além disso, a anfitriã costuma cantar algumas canções para entreter seus convidados. São músicas antigas próprias para a festividade. Por exemplo:

Esta se chama “Hina-Matsuri Feliz” (Ureshii Hina-Matsuri/うれしいひなまつり). Letra de Satou Hachiro (サトウハチロー) e composição de Kawamura Kouyou (河村光陽).

As bonecas podem ficar decorando a casa somente por duas semanas. Após isso, devem ser empacotadas e guardadas. Caso contrário, acredita-se que a menina demorará para se casar.

REFERÊNCIAS: Cultura Japonesa | Hashitag | Wikipedia (ja) | Wikipédia (pt)

Bom, por hoje é só!

E nunca se esqueçam! O maior de todos os tesouros são os seus sonhos! 🐯

Dreamer